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Ainda Que de Ouro e Metais

by Jude

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1.
[Verso 1] Vou esperar na sua janela Não quero me atrasar A bolsa cheia de pedras Não cabem na minha mão [Ponte 1] Saia de perto do vão Eu não tenho perdão Mas minha mira é bela e fatal Mais que minha fúria de ter chegado aqui [Verso 2] Vou me atirar da sua janela Sentir como é ser o ar Que saiu da sua boca Quando você gritou [Ponte 2] Saia daqui, eu não quero te ver nem marfim Ainda que de ouro e metais Safiras, esmeraldas, rubis, lápis lazúli [Refrão 1] E disse tudo pra me dar a paz Mas hoje quero atirar pedras na sua janela Ainda vou me curar Mas quero sangue e ossos, quero dentes nos pescoços De ironia não será que eu vou morrer [Ponte 2] [Refrão 2] E disse tudo pra me dar a paz Mas hoje quero atirar pedras na sua janela Ainda vou me curar Mas quero sangue e ossos, quero dentes nos pescoços Dia 10 eu tô bem Mas hoje é dia primeiro de dar tiros e morteiros Amanhã já não sei Hoje eu não tenho perdão mas minha mira é bela e fatal De ironia não será que eu vou morrer
2.
[Verso 1] Tento me esconder no escuro do teu quarto Para ouvir aquela canção Sempre me pergunto "meu deus, cadê razão Para te fazer deixar no chão?" [Ponte] Do teu quarto Sempre tão frio [Refrão] Mas eu preciso te dizer segredos devem ser ditos sempre de uma vez só [Verso 2] Costumava ser uma tradição Vir aqui depois da aula acabar Hoje eu só penso em não me ocupar Para ficar contigo no chão
3.
[Verso 1] Leve me leve, não quero ficar A não ser que o dia prometa brilhar [Verso 2] Disse me disse, me faça o favor De deixar meus ouvidos pros gritos do paul [Refrão 1] Ter a mão leve, intenções ruins Nunca impediu que, onde eu nasci, o dia prometa brilhar [Verso 3] Mesmo sem jeito vou continuar A manter minha crença no povo de cá [Refrão 1] [Verso 4] Saia da pista enquanto há tempo E vá ser feliz como o arnaldo baptista Saia da pista enquanto há tempo E vá ser feliz como o arnaldo baptista [Refrão 2] Ser mentiroso, ter jeito pro azar Vai fazer sem demora, onde eu vivo agora O dia inteiro brilhar
4.
[Verso 1] Quero deitar no teu colo e sentir a dormência Que me cai nos olhos e me faz pensar [Refrão] Ando muito além dessas coisas Tão pequenas que fazem homens se matarem Eu que não peço desculpas Sinto toda culpa que me cai nos ombros e me faz voltar a acordar [Verso 2] Vou viver no seu cabelo e sufocar com olhos serenos Me perder nos cachos sem ponderar
5.
[Verso 1] Onde está você, pássaro negro? Me disseram que você não tem mais solução Continue cantando os seus segredos O homem não é surdo mas não consegue ouvir sua canção Ame o que é seu, pássaro negro O ciúme é putrefato e nos transforma em solidão [Refrão] Aonde você for, em qualquer lugar A vida mostrará o quanto é difícil voar Mas basta você continuar Bater suas asas mais fortes e achar sua casa [Verso 2] Conte as suas fábulas, pássaro negro Muitos dizem que você não tem mais solução Colha também os frutos do chão e não tenha medo O mundo é seu e nenhum mal vai macular seu coração
6.
Tantos Mares 03:23
[Verso 1] Tantos mares a mais De que mundo você veio? eu preciso de tempo Vou rejuvenescer E evitar tanta coisa, tentar parar de pensar Tantos mares e você aqui [Refrão] A memória fica lúcida fica pálida Eu não sabia mais o que pedir Não sei se você vai querer ir Não sei se dá tempo [Verso 2] Dentro dos corais Escondem-se os peixes que não tem confiança Faz sentido afinal Rejeitar a sua raça, se transformar em não-ser Tantos mares e você aqui
7.
Barco Azul 03:51
[Verso 1] Longe de tudo, faço solidão E os rastros de sonho deixados no chão Já é tarde pra pedir perdão E o beijo amargo que você deixou transforma o amor em nada [Refrão] Vou me retirar, ir a algum lugar Achei um barco azul anil Navegarei sob o mar arredio Não sei o que vou achar [Verso 2] Saudades de um passado não tão distante E os discos todos deixei numa caixa velha E os olhos da menina clareira que eu deixei Cada vez mais em minha mente desvanece
8.
[Verso 1] Dente fora do eixo, morde a boca antes de gritar Aguenta a dor no teu peito, um derrame seguro pra você [Refrão 1] Que esperou aquele gigante de aço bonito E ficou no ponto a ponto de enlouquecer [Verso 2] Estica o braço e aponta, um aceno não faz mal A sonora acompanha os ouvidos cansados de ouvir [Refrão 2] O mesmo sino que faz soar de hora em hora Alucina a cabeça imperfeita do herói [Ponte] Reinventando a mesma ideia Um simulacro para anões Por isso vai voltar
9.
[Verso 1] Vou inventar os atalhos da vida O difícil nunca mais Ela que tenta andar encolhida Sem ninguém notar A vida vai A vida vem [Verso 2] Jure por tudo que teme a partida A vitória vem no fim A boca do abismo, a picada da cobra Pra sentir mais doce o mel A vida vai A vida vem é amanhã [Refrão] Não me desculpe meu amor Agora que a cisma vem sendo cumprida O que se vai é o medo, não há amanhã Não me desculpe meu amor [Verso 3] Ela que nunca será esquecida Ri de tudo e muito mais Cai sobre os ombros de chumbo e de zinco Vem de esmola e não dá mais A vida vai A vida vem é amanhã
10.
Monte Azul 04:44
[Verso 1] Achei um Monte Azul, um Monte de inspiração Poetas sossegados com timbres afinados [Refrão 1] Você vai dizer que aquele sonho acabou [Verso 2] Por trás daquela gente mora um nobre iludido Por trás daquela gente tem memória e tem ruído [Refrão 2] Sobra muita força e coragem de seguir
11.
[Verso 1] Se há serafins correndo na madrugada Emanando luzes na calada desenfeitada Alegria leve sem conhecer Doçura ou incrédula [Verso 2] Quando é que livros ensinarão serenidade Sem persuadir o intelectivo atordoado Vozes ecoando silencioso saber Sábio ignorante formal [Refrão] Ah, o seu rosto A sedução nos seus olhos Curiosidade enfeitiça Suas lágrimas são de féu
12.
[Verso 1] Pingos no chão, resto de lama Seu corpo cheio de suor, que evapora daqui pra melhor Pura ilusão, tudo vicia Lampeja e troveja no ar, como se não bastasse a poluição [Ponte] Quando chega a noite é que eu fico tranquilo Dá pra imaginar um céu colorido Nota o bem que faz pros cinco sentidos Vive a tua paz, de quem nunca pecou Pode aproveitar o novo amor enquanto durar [Refrão] Eu tenho um casaco azul Um rosto nu mentia cadê a menina das sombras? [Verso 2] Tiros em vão, uma mulher Respondia ao vento perdão por tirar dos seus filhos o canto do mar Pista reta, destino torto Um outdoor me distrai, é tão lento o vento e fraco o amor
13.
[Verso 1] Vou me entregar ao sol de maio, é muito mais bonito que o daqui E me perder no horizonte, aqui só tem nuvens pesadas [Refrão] Mas não vou deixar que o ar contamine meu pensar E me prender no solstício, envelhecer de novo [Verso 2] Rastejando eu sigo em frente com medo que se esqueçam de lembrar E vou tentando me esconder jogando as cinzas pro mar

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Você sabe que existe um clássico lançado por uma banda de rock quando bate o ouvido e você vê que houve um sentimento sincero e um trabalho apaixonado por trás de cada onda sonora das faixas que nosso ouvido é capaz de absorver; é quando você percebe que não se trata de apenas música, como se algo estivesse para acontecer em uníssono no momento em que as pessoas derem uma chance.

Este é o caso da Jude, que chega com seu álbum de estreia com uma qualidade absurda nos arranjos e uma proposta sonora outrora saudosa que é atualizada com uma nova geração de músicos experientes, o que faz a gente sentir saudade de um tempo em que nem éramos nascido. Com uma forte presença de influências de Beatles, Mutantes, Secos e Molhados, Ave Sangria, Som Nosso de Cada Dia, Clube da Esquina, Sá, Rodrix & Guarabyra, a banda, formada por Reuel Albuquerque (Morfina), Fernando Brasileiro e Alexander Campos (Ex-Necro), é recheada de tons psicodélicos e cordas notoriamente bem timbradas que se casam perfeitamente com uma melodia vocal doce – constituindo refrões memoráveis, temos aqui uma coleção de potenciais hits reunidos em uma verdadeira obra-prima do revival em plena Alagoas, um puro diamante dilapidado e pronto para apreciação. A propósito, a terrinha tem um flerte bem sucedido com grupos musicais que se deleitam no legado de ouro do rock.

Não se sabe se a mística da coisa está na água nordestina (vide a façanha psicodélica dos pernambucanos da Ave Sangria, com seu disco lançado em 1974) ou se o fenômeno sonoro bateu forte aqui pra uma porção de jovens que nasceu bem depois da época em que tais sonoridades eclodiram; o curioso é que o revival na terra dos marechais passou a ter notoriedade nacional com a evidência alcançada pela Mopho, por seu primeiro disco nos anos 2000, onde se vê uma mistura do pop ”beatlemaníaco” com elementos de rock progressivo, com direito a elogios do ex-mutante Arnaldo Baptista, o quilate de ser considerado um dos melhores discos da década e o alcance nas paradas de rádio norte-americana. Tempos depois, em 2009, surge a Necro, capitaneada por uma nova geração de jovens que, conduzindo competentemente o bastão, atualizam o resgate de gêneros sonoros setentistas para uma nova leva de público ao passo que reconquista a memória dos mais ”old-school” com seu som mais sombrio e ”sabático”, fazendo turnê e encantando a cada apresentação ao vivo – entre as bandas nacionais. Mas se o descobrimento dessa fonte de artistas apaixonados vem com tais bandas que automaticamente se tornam referências para todo alagoano roqueiro de gosto refinado, a consolidação de Alagoas como berço da boa música da escola velha vem mesmo com as novidades que passam a existir, e nesse caso a Jude é a bola da vez.

A banda, que lançou timidamente seus dois singles ''Ainda que de Ouro e Metais'' e ''Vá Ser Feliz Como o Arnaldo Baptista'' no finalzinho do primeiro semestre, andou trabalhando nos últimos meses no disco completo, que acaba de ser lançado com a Crooked. Cada música do disco homônimo possui canções diferentes que, entretanto, não saem da pretensão de manter raízes calcadas nas suas referências, sempre apontando para os idos da década de 60 e 70.

Produzido por Reuel Albuquerque e turbinado com participações especiais de representantes dessa leva de artistas como João Paulo da Mopho, e Pedro Salvador da Necro, é de longe um dos discos – senão o disco do ano mesmo neste finalzinho de 2016! Seguindo com a bela arte de colagem para capa feita pelo nosso artista, Elizeu Salazar (a.k.a Lzu).

Recomendamos a audição repetida e sem limites da obra na íntegra! Todo sucesso e devido reconhecimento à Jude!

por Nô Gomes

credits

released December 28, 2016

#021

''Ainda Que De Ouro E Metais'' é um álbum gravado em Maceió em 2016

Fernando Brasileiro - vocais e violão
Reuel Albuquerque - guitarras, violão, teclados, bateria e vocais
Alexander Moreira - contrabaixo e violão
Pedro Salvador - bateria

participações:

João Paulo - vocais em ''Vai Ser Feliz Como o Arnaldo Baptista''
Joanatan Richard - guitarra em ''Pássaro Negro''
Jr. Beatle - contrabaixo em ''Doçura ou Incrédula''

produção por Reuel Albuquerque
capa por Elizeu Salazar (l-z-u.bandcamp.com)

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