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about
Lá vem o Mário Alencar com mais um projeto, hahaha. Nosso self-mademan, sempre nos surpreendendo com novas ideias e ousadias.
Como sou das antigas, minha referência para essa sonzeira do Macintop é Brian Eno, mais especificamente o álbum “My Life in the Bush Ghosts”, que o papa do “rock art” fez em parceria com David Byrne, no iniciozinho dos anos 1980 – depois da fantástica “Trilogia de Berlim” que realizou com David Bowie (“Low”, “Heroes” e “Lodger”) entre 1977 e 1979.
Antes de tudo, para além da criatividade incontrolável de Mário Alencar, esse álbum de estreia do macintop é uma radicalização das ideias que ele vinha emplacando naquele outro projeto de homem-que-faz-tudo, o Sketchquiet. Em “Cidade do Vício”, a viagem é completa, com passagens vespertinas e noturnas pelos bares, praias, cinemas e ruas de Maceió e seus boys bêbados trombando uns nos outros (ele e os Killing Surfers? haha) e certa melancolia disfarçada nos beats eletrônicos e nos samples de vozes gravadas da TV puxadas dos confins da internet.
O quadro geral é a nossa provinciana Maceió que sempre, sempre, desde a minha época dos darks de botas e sobretudo nesse calorão, lá pelos idos de 1986, quer ser mais do que a pacata (não raro mesquinha) cidade litorânea nordestina. Há quem a chame “capital do sossego” (no Carnaval, a turistada toda que foge do frevo vem pra cá), mas, pra gente aqui, artistas meio (meio?) loucos, é muito mais do que isso – lá nos anos 1980 mesmo alguém a chamou de Maceyork. É por aí a verve do Mário – se não Nova York, Londres, é claro. Ou a Los Angeles de Bukowski – sim, tem de ter cerveja na parada, e poesia. A nossa ''vibecrooked'' querendo se expandir, pular fora da taba e, sei lá, fincar os pés na metrópole.
Então, se do nosso bar mais agitado – o nosso predileto, o Botequim Paulista, e o “paulista” aqui parece ironia –, esse surpreendente macintop tira um sarro em “Esse Botequim Não Tem Mais Graça Como Era em 2007”, o que dizer desse calor da bobônica que faz na terra de Djavan? Bem, nessa cidadezinha nem tão pequena, mas tacanha o bastante, que a gente ama e vibra e faz som e morre de raiva e de tédio, vou te contar, hein, o que nos resta além de se entregar ao vício?
por Sebage
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